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  • Foto do escritorOdmir Fortes

Trajetória - RPGs e Relações Amorosas

Atualizado: 21 de jun. de 2023


Romance é um bom tempero pra aventuras.

Bem, mais um dia dos namorados chegou. Eu queria falar sobre relacionamentos dentro do RPG, mas Hey, nós gravamos um podcast sobre isso, não é grandes coisas mas vou falar da minha trajetória como jogador em relação aos relacionamentos amorosos dos meus personagens. Dito isso, esse não vai ser um texto técnico como costumo fazer, não vai ter dicas ou sequer uma conclusão, mas talvez seja uma leitura pra quem tem interesse em ver como outros reagem a essas experiências de jogo.

Harakel e Kate, em uma de suas muitas versões.

Quando comecei a jogar RPG, lá pelos anos 2003-2004, relacionamento amoroso dentro das minhas mesas significava apenas uma coisa: Caso o grupo sofresse TPK, nós poderíamos continuar a história jogando com seus descendentes. Não me perguntem qual a probabilidade disso acontecer numa ficção, nós éramos jovens e eu tomava 1 litro de café por dia.


Nos anos seguintes, conforme entrei no ensino médio e tive os primeiras experiências (e decepções) amorosas da vida, relacionamentos dentro do RPG acabavam se desenvolvendo meio que como um tipo de fanfic, onde ás vezes me imaginava no papel de algum personagem ou externalizava idéias de historinhas através de desenhos e fanzines. Foi assim que acabei criando alguns dos personagens que uso até hoje no meu universo de quadrinhos /livros/novels particular.


Bem, entrei na faculdade e me mudei pra cidade grande. Isolado dos meus companheiros de RPG da infância, e contando apenas com o 3g do celular, mergulhei em fóruns e jogos online, e foi onde comecei a realmente ter contato com muitos jogadores que adoravam dramatizar romances em suas mesas. Nesses ambientes onde existia uma grande facilidade de entrar e sair de mesas tive o primeiro contato com jogos onde PJs se relacionavam com PJs, as vezes de jogadores que você começou a jogar a duas semanas atrás. Foi interessante em ver como as pessoas se abriam com completos desconhecidos e usavam o RPG para expor sentimentos, anseios ou só pra jogar conversa fora como se estivessem numa taverna. Contudo, a vibe de quem jogava ainda era bem juvenil e não tive nenhuma experiência mais dramática que um filme bobo de comédia romântica, até que comecei a jogar numa mesa de.. Street Fighter RPG?


Amando hoje, caindo no soco amanha!

Ok, não é que de repente soltar hadoukens fossem mais românticos, mas dentro dessa mesa, que durou cerca de 3 anos consegui desenvolver algumas relações bem dramáticas entre os personagens da história. Entre elas quero destacar a vida amorosa do meu personagem Samuel "SAM" Colt. Teve 3 relações importantes que se desenvolveram dentro do jogo, todas com características muito distintas e com consequências até o final do da campanha, talvez a única semelhança é que todas tiveram algum desfecho dramático que mudou a trajetória de Sam.


Desde uma relação tímida com a ninja Yuki Takada, em que nenhum dos dois sabia flertar até um namoro intenso com sua empresária Kolin Razov e uma relação de rivalidade e companheirismo com Selena Swan. Cada relacionamento foi completamente diferente, com desfechos tão diferentes quanto. No final, yuki acabou sendo assassinada pelo personagem de outro jogador, o que efetivamente dividiu o grupo de jogo e lançou Sam num caminho para as sombras. A relação de Sam e Kolin desmoronou depois de eventos traumáticos envolvendo o vilão da campanha (Vega, seu maldito) que fez os dois se separarem ao maior estilo novela mexicana, com direito a gravidez escondida. E por último Selena, uma relação que começou como rivais no ringue, constantes brigas por ciúmes quando cada um arrumava alguma relação amorosa, e no fim nenhum dos dois conseguiu se declarar, mas chegaram ao final da campanha caminhando juntos pelo horizonte como pessoas que se gostam e querem ficar juntas, mesmo que não consigam externalizar isso sem ser através dos punhos.


Leo, Alice e... Silvia ao fundo.

E chegamos nos dias atuais, onde Leonardo, meu personagem de uma campanha de Mago a Ascensão vive mais uma epopeia romântica, talvez a mais complexa de todas. Digamos que às vezes o universo une duas pessoas através do destino, um vínculo que transcende vida e morte ou mesmo o tempo... bem, esse não é o caso de Leo e Alice. Um casal improvável, se conheceram pela internet, se encontraram e em pouco tempo os dois já estavam vivendo juntos a pelo menos 2 anos (e é aqui que começa a campanha). Depois de todos os problemas arcanos, lovecraftianos e bizarros, começaram os problemas de verdade, que foi toda a relação de convivência entre os personagens e os Npcs da campanha.


E quando digo problemas de verdade, me refiro a coisas que podiam ter destruído a mesa se não fossem resolvidos (alguns quase conseguiram), e bem, logo após o Dia dos Namorados (quem diria) Leo leva Alice e alguns amigos (o grupo de Pjs) pra visitar sua familia em outro país. Lembra do que falei de destino? Pois é, ele aconteceu, ou melhor, ela. Silvia, apareceu e o destino começou a funcionar, chegando ao ponto que Leo, se ajoelhando para pedir Alice em casamento fala o nome de Silvia por mero capricho do destino(e uma falha critica num teste anterior), e a partir daí uma série de complicações e reviravoltas se criaram.


Os dois acabaram se separando de vez, muito por culpa de Leo não mencionar vários problemas no seu passado, como ter uma familia de mafiosos caçadores de vampiros (quem nunca?) e por Alice descobrir que talvez seus sentimentos por Leo na verdade fossem por outra pessoa. Mas claro, a história deles ainda não chegou ao fim, ainda tem chão pra percorrer. Eles porém terminar juntos, podem terminar separados, podem até mesmo virar inimigos. O interessante de relacionamentos em um RPG é que ele trás um nível de complexidade e complicações que às vezes nos faz pensar que matar o dragão dá menos medo do que confrontar a pessoa amada. Claro, não é algo que vai funcionar pra todo mundo e nem precisa ser, jogar RPG é algo particular e individual de cada um.


E com isso me despeço de vocês, desejo um excelente dia dos namorados a todos!


2 comentários

2 Comments

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Lucas Santos
Lucas Santos
Jun 13, 2020

Durante essa pandemia estou narrando pelo Discord. Pela primeira vez desde que comecei a jogar emplaquei um casal no grupo, entre um NPC e um Jogador. Um casal bem bonitinho , lefou artífice e anggelus bardo. A coisa fuiu legal até um desfecho bem dramático na última sessão, com o bardo sacrificando suas memórias, inclusive o amor entre ambos, para trazer de volta a vida o artífice que caíra no combate.

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Carlos Gomes
Carlos Gomes
Jun 12, 2020

Em uma campanha lá pelos idos de 2005 eu jogava com um Drow guerreiro/guardião e um amigo com uma elfa barda/guardiã foi a única vez em mais de 25 anos de jogo que houve um casal romantico em uma mesa que participava tanto comojogador ou mestre.

Teve várias situações engraçadas ou constrangedoras, nesta campanha.

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